CRISTINA MONTERO
( Argentina )
Nasceu em Rosario, Província de Santa Fé, República Argentina.
Graduada e professora de Letras nos níveis médio, terciário e superior.
Publicou três livros de poesia: "Por la ruta de las manos " )1997);
"Itinerarios" (1999); "Cuestiones de Amor" (2001), de onde saíram os poetas selecionados (mais abaixo):
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
LETRAS DEL DESAMOR. Selección de Poesia de Autores Contemporáneos. Montevideo: Bianchi editores; Brasília: Edições Pilar, s. d. 272 p. ISBN 99574-663-82-2
Ex. bibl. Antonio Miranda
I
Necesito nuevamente acallar tu figura,
ponerle candados al recuerdo,
selenciar tu perfume, inyectar con olvido
esta maraña confusa, exhuberante,
de imágenes tuyas… y por eso, tan mías.
No sé por qué no cuento
con la complicidad del decoro.
Porque de pronto: estallan los cofres,
se destraban cerraduras, complejas
que yo puse.
Y ahora me siento incapaz de sofocarte.
No puedo ni con vos ni conmigo.
Y me dejo inundar:
primero tu cuerpo, flexible,
en el movimiento, vertiginoso… por bello,
de un ritmo demasiado lento;
y después son tus ojos,
habitualmente profundos,
los que yo multiplico
y reproduzco en muchísimos espejos;
la voz ahora resuena, a la manera de un eco:
serenamente dorada, espaciosa,
siempre profunda,
a veces con la hondura de un lamento.
Y ya estoy como un loco feliz,
a pesar de que una vez más compruebo:
que no me da resultado,
este intento desesperado y violento…
por silenciarte.
Es que no puedo matar…
lo que llevo adentro.
La sonoridad de tu recuerdo me aturde,
y me gusta perderme porque me encuentro
a mí mismo,
en el profundo eco,
de este amor: complicado, sonoro y/o mudo,
pero siempre incompleto.
V
Como te quise
con temblor de lentos ríos,
con madurez de júbilo y de llanto,
ahora me desahogo de ausencia:
me reflejo en tus colores preferidos,
me miro caminar en las vidrieras,
y despliego mi soledad
contra la almohada.
Otras veces me siento
a la orilla de tus ojos
o, ante una melodía que siempre me recuerda.
Y te palpo, te recorro,
mientras, prolijamente, me saludan
las agujas de todos los relojes.
Y todo el tiempo te quiero
sobre el haz de un poema,
con sus sombras personales incluidas
donde baila tu luz entrometida.
Después, cuando el cansancio
empieza a socorrerme del trabajo,
saco de la cartera mi amor
doblado en dos:
lo ejerzo tenazmente,
y luego, sin ninguna vergüenza,
lo describo.
X
A pesar de las tristes quejas
que hoy derramo,
qué locura bella fue encontrarme
tantas veces envuelta, entre los pliegues
de tus manos.
Porque, paso a paso, he ido descubriendo
lo poco que se pierde, cuando poco se ama.
En tanto, yo por vos, he perdido:
el sentido, el apetito,
mi único prestigio y… hasta el habla.
No obstante, y en medio del asombroso diálogo
con tus labios cercanos
comprendí de qué modo inverosímil,
amor y dolor,
abruptamente se suceden
y a sí mismos se extrañan.
Será por todo eso,
que debo agradecerte
el hallazgo de saber:
que sólo cuando amamos
sentimos que vivemos.
A pesar, de que haya empleado
tantos años de mi vida
(y, a veces dudo,
si como inversión o como gasto),
en olvidarte, recordarte,
mostrarme y esconderme,
huirte y perseguirte.
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução por ANTONIO MIRANDA
I
Necessito novamente acalmar tua figura,
colocar cadeados na lembrança,
silenciar o teu perfume, injetar com olvido
esta teia confusa, exuberante,
de imagens tuas… e por isso, tão minhas.
Não sei porque não revelo
a cumplicidade do decoro.
Porque de repente: rebentam os cofres,
destravam fechaduras, complexas
que eu coloquei.
E agora me sinto incapaz de sufocar-te.
Não posso nem consigo nem comigo.
E me deixo inundar:
primeiro teu corpo, flexível,
no movimento, vertiginoso… por ser belo,
de um ritmo demasiado lento;
y depois são teus olhos,
habitualmente profundos,
os que eu multiplico
e reproduzo em muitíssimos espelhos;
a voz agora ressoa, à maneira de um eco:
serenamente dourada, espaçosa,
sempre profunda,
às vezes com a profundidade de um lamento.
E já estou como um louco feliz,
apesar de que uma vez mas comprovo:
que não me dá resultado,
esta tentativa desesperada e violenta…
para silenciar-te.
É que não posso matar…
o que levo adentro.
A sonoridade de tua lembrança me perturba,
e gosto de perder-me porque eu encontro
a mim mesmo,
no profundo eco,
deste amor: complicado, sonoro e/ou mudo,
mas sempre incompleto.
V
Como eu te quis
com o tremor de lentos rios,
com a maturação de júbilo e de pranto,
agora me desafogo de ausência:
me espelho em tuas cores preferidas,
vejo-me caminhar nos vitrais,
e ostento minha solidão
contra a almofada.
Outras vezes me sinto
à margem de teus olhos
ou, ante uma melodia que sempre me recorda.
E te apalpo, te recorro,
enquanto, prolixamente, me saúdam
as agulhas de todos os relógios.
E todo o tempo eu te quero
sobre a face de um poema,
com suas sombras pessoais incluídas
onde baila tua luz intrometida.
Depois, quando o cansaço
começa a socorrer-me do trabalho,
retiro da carteira o meu amor
dobrado em dois:
exerço-o tenazmente,
e depois, sem nenhuma vergonha,
descrevo-a.
X
Apesar das tristes queixas
que hoje derramo,
que bela loucura foi encontrar-me
tantas vezes embrulhada, entre as dobras
de tuas manos.
Porque, passo a passo, fui descobrindo
o pouco que se perde, quando pouco se ama.
No entanto, eu por você, perdi:
o sentido, o apetitem
meu único prestígio e até mesmo a fala.
Não obstante, e em meio de assombroso diálogo
com teus lábios próximos
entendi de que modo inverossímil,
amor e dor,
abruptamente se sucedem
e a si mesmos se estranham.
Será por tudo isso,
que devo agradecer-te
a descoberta de saber:
que somente quando amamos
sentimos que vivemos.
Apesar, de que haja emprgado
tantos anos de minha vida
(e, as vezes duvido,
se como investimento ou como gasto),
em olvidar-te, recordar-te,
mostrar-me e esconder-me,
fugir de ti e de perseguir-te.
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Página publicada em outubro de 2022
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